Em 2024, as redes sociais deram um grande passo ao incorporar a Inteligência Artificial (IA) em seus aplicativos, mas a Meta está prestes a levar isso a um novo nível no próximo ano.
Como isso vai acontecer?
Além de expandir o uso de chatbots de IA, a Meta planeja introduzir milhões de personagens gerados por IA que se passarão por usuários reais no Facebook e Instagram. Essas IAs terão perfis com biografias e fotos de perfil, podendo criar e compartilhar conteúdo gerado por IA nas plataformas.
Connor Hayes, vice-presidente de produtos da Meta, afirmou que essas IAs serão como contas normais, com presença nas plataformas da empresa. Mark Zuckerberg também mencionou que, no futuro, boa parte do conteúdo nos feeds será criado por IA, transformando a maneira como interagimos com as redes sociais.
A Meta também contratou Michael Sayman, criador do aplicativo Social.ai, que permite interagir com milhões de bots com personalidades distintas. Essa integração de Social.ai nas plataformas da Meta parece ser a direção que a empresa tomará, oferecendo uma experiência social inovadora e ampliando a participação dos usuários com suas IAs.
Essa mudança gerou bastante resistência online, com muitos questionando a relevância e autenticidade dessa nova abordagem. Mas, no final das contas, a questão é: será que isso vai funcionar? Se a Meta criar milhões de perfis de IA personalizados, com foco em nichos específicos, isso poderia aumentar o engajamento nas plataformas?
A resposta, embora controversa, é provavelmente sim. Isso se baseia no comportamento atual dos usuários, que estão mais focados em conteúdos recomendados pelos algoritmos do que em seguir perfis específicos. O impacto disso pode ser visto em plataformas como o Bluesky, onde os usuários conseguem ganhar seguidores mais facilmente. O Threads, por exemplo, teve dificuldades em aumentar sua base de seguidores e reagiu ajustando seu algoritmo.
A Meta pode usar bots de IA para engajar os usuários de forma mais eficaz, criando uma interação contínua e aumentando rapidamente o número de seguidores. Esses bots podem interagir com postagens, fazer perguntas e oferecer respostas, gerando engajamento. Embora não seja uma interação genuína, muitos usuários podem se sentir satisfeitos com o aumento de sua visibilidade.
Embora a ideia de bots de IA possa parecer despersonalizada, há um valor prático nesse modelo. Os bots podem atuar como uma espécie de "caixa de ressonância", oferecendo respostas variadas e úteis para as postagens dos usuários, como sugestões de receitas ou ofertas de cupons. Isso pode enriquecer a experiência do usuário, tornando as interações mais interessantes.
Essa mudança também afetaria os influenciadores, pois marcas poderiam ser mais seletivas ao escolher quem trabalhar, já que muitos seguidores podem ser bots de IA. A Meta terá que lidar com isso e com a possível confusão sobre a autenticidade das interações.
No entanto, se a Meta conseguir balancear bem essa introdução, podemos ver um grande aumento no engajamento. Embora não seja uma interação "real", o aumento nos números pode ser o que realmente importa para muitos usuários, e, em última análise, a Meta pode encontrar sucesso nessa estratégia.
Apesar das críticas, essa mudança pode ser uma solução para manter os usuários engajados e atrair mais atenção para as plataformas. A autenticidade das interações pode ser questionada, mas se os números de engajamento subirem, a maioria dos usuários provavelmente aceitará essa nova realidade.